segunda-feira, 14 de julho de 2014

Viajar é conhecer mais do que o lugar

A melhor parte de viajar é guardar e memorizar bem as sensações. Eu gosto de lembrar dos momentos e saber como estava me sentindo. Acho que isso é mais importante do que saber de cor os lugares que fui. Porque, se você tiver dúvida e quiser saber, é só olhar na internet e encontrará uma série de blogs contando dicas de lugares para conhecer. Claro que eles são muito úteis, mas e depois? O que você gostará de levar para sua vida?

Em Santorini, uma ilha grega, senti uma paz muito grande. Fiquei maravilhada com a beleza do lugar. Apesar de ter viajado sozinha, me lembro de que não me senti só. O lugar era fantástico. Gostava de sentir o vento no rosto. Lembro também que senti medo de cair nas pedras escorregadias na rua. Fiquei maravilhada com o pôr do sol e isso me trouxe mil e um pensamentos e reflexões. O cheiro da comida, o sabor, ver as lojinhas, os souvenirs, as pessoas turistando. Tudo era maravilhoso! Saber que a ilha sofreu uma terrível tragédia e teve que ser reconstruída foi mais um motivo de admiração pelo lugar, com suas casas brancas e detalhes em azul. Tudo em Santorini existe em perfeita harmonia com a natureza, e você se sente parte disso.



Verona, na Itália, foi um dos meus lugares favoritos. Lembro que fiquei com a música "Wheel", do John Mayer, na cabeça, e que estava muito feliz por estar na cidade de Romeu e Julieta, ainda mais tendo o Lucas como uma de minhas companhias da viagem.

Verona é linda! Você fica admirado com a arquitetura, a história da cidade, a forma como as ruas são organizadas, as praças, os bons restaurantes, etc. É impossível estar lá e não visualizar a história de amor de Shakespeare se desenrolando nas ruas bem a sua frente! Lembrei bastante também do filme "Cartas para Julieta" e tive a sensação de estar vivendo um longa. Normalmente, devo admitir que isso já acontece quando viajo. Sempre me sinto num filme! A menina que viaja à procura de algo que nem mesmo ela sabe.

Não é isso o que estamos sempre fazendo, a final de contas? É como acontece naquele filme do Woody Allen, "Vicky Cristina Barcelona". Enquanto uma sabia o que queria, ou pensava saber, a outra tinha certeza do que ela não queria para sua vida, mas ainda não havia decidido o que ela estava buscando. Acho que, na verdade, isso acontece com a gente vez ou outra. Em alguns aspectos da vida, não dá pra sabermos exatamente o que estamos buscando. Mesmo que a gente tenha consciência daquilo que nós não queremos.


Assim, viajar é conhecer mais do que o lugar, é também conhecer mais sobre você mesmo. Que lugares visitar? O que é bonito ou feio? Pra onde seria bom voltar? E por quê? Já me disseram que se você foi feliz em um lugar, não volte. Eu já penso que no momento em que você volta, já é outra pessoa, e assim, a experiência num mesmo lugar passa a ser outra.

Voltei pra minha casa há duas semanas, e ainda estranho estar em minha própria casa. A nova pessoa que voltou está se acomodando ao mesmo lugar que ela já conhece. Até porque, o próprio lugar sofre mudanças, assim como as pessoas com as quais convivia.

Pretendo voltar a alguns dos lugares que visitei, mas sei que não se trata de uma viagem no tempo. O que passou fica na memória e nas histórias pra contar. Estarei em busca de novas sensações e pensamentos. 

No final das contas, a melhor coisa em viagem é se deixar levar, se entregar à cidade, andar pelas ruas e ser conquistada pelo ambiente e a energia que ele traz. Aproveitando bem o tempo, a volta pra casa fica muito mais feliz e sem estresse.

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