quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Bagagem repleta de novas experiências

Tive a ideia pra esse post enquanto estava no metrô vindo pra faculdade. Sabe, às vezes a inspiração vem quando a gente menos espera. E por isso é tão boa a sensação. Tudo começou na verdade por causa da minha nova mochila de rodinhas. Ela parece uma malinha então, muito merecidamente, ficam me zoando tanto no estágio quanto na faculdade pra eu correr pro aeroporto e não perder o voo. Me desejam boa viagem e essas coisas. Normal. Até que me veio o pensamento de que, na verdade, a vida é de fato uma viagem. E constante. Rumo à alguma coisa. Nem sempre sabemos pra onde vamos, mas sabemos que o movimento existe.


Notei que esse "movimento" é o tempo. A saudade que sinto de Lille, na verdade não é nem do lugar propriamente dito, mas sim da experiência, da vivência, do contexto do intercâmbio. Tenho vontade sim de voltar à cidade algum dia. Mas sei que não será o mesmo. Quando eu voltar em Lille, não será a mesma cidade porque ela terá mudado, e eu também. Além das mudanças mais perceptíveis, tudo será alterado pelo mesmo fator comum: o tempo. A circunstância não será mais a mesma, então embora eu volte lá, não poderei recuperar o que passou.

A mesma coisa acontece em situações rotineiras, como quando assistimos tantas vezes a um filme que enjoamos dele, ou ouvimos uma mesma música zilhões de vezes e o mesmo acontece. Qualquer coisa com a qual nos habituamos pode vir a perder seu encanto. O tempo traz pegadinhas. O que é novo pode se tornar velho e o que era velho pode se tornar novo, quando envelhecemos.

O fato é que estamos viajando rumo a um futuro desconhecido. A gente até faz planos, mas nem sempre a vida oferece as condições necessárias para que se realizem. Temos sonhos, vontades, ideias da onde queremos chegar. Nem sempre temos um objetivo definido, pois em vários casos permitimos que a vida nos leve, como um barco no oceano que se deixa guiar pela direção do vento. Afinal, contratempos acontecem. E oportunidades também. Cabe a nós tomar as devidas escolhas.

Daqui a uns anos, quando eu lembrar deste momento da minha vida, vou sentir saudade. Então é importante aproveitar a viagem, o percurso que me levará até onde quero chegar. Por favor, não pense que me refiro a apenas um objetivo. Muito pelo contrário. A vida não é tão simples. Não existe um plano apenas. São vários, uma infinidade deles! Ao chegar a um ponto, logo vem outro! E as conquistas se misturam, de modo que posso me sentir triste e feliz ao mesmo tempo. Por exemplo, amo minha vida como ela é agora, mas morro de saudades do Lucas, que está na Alemanha fazendo intercâmbio. É verdade que quero encontrá-lo logo, mas isso não me impede de vivenciar tudo que tenho de bom até que isso aconteça. O mesmo vale pra ele. Quando voltar, com certeza vai sentir muitas saudades de tudo que viveu, mas aí aquela viagem já terá passado. E novas histórias virão. Será um novo caminho a ser seguido com todos os aprendizados obtidos, com a bagagem repleta de novos conhecimentos e experiências. Pois, afinal, a vida é uma viagem. Rumo à alguma coisa. Rumo a nós próprios. Rumo a saudade que vamos sentir amanhã.