segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O som do silêncio


José Queiroga enfrentou seu último suspiro com uma espera angustiante. Havia enfrentado um acidente vascular cerebral com seus 70 anos e, na manhã do dia 06 de outubro de 2012, passou muito mal. Lourdes, sua filha caçula, com a qual morava, pediu uma ambulância do plano de saúde.

Z
é acreditava que uma vida sofrida o levaria aos céus após a morte. Com 77 anos, ele não sofreu apenas esperando a ambulância do plano de saúde. Zé sofreu quando saiu de Portugal, com apenas 14 anos,e veio buscar oportunidades no Brasil. Sofreu quando teve seus pés queimados num acidente do serviço. Sofreu quando sua esposa Lea adoeceu e, cinco anos depois, partiu deste mundo. O acidente vascular cerebral o deixou sem poder falar, mas as pessoas próximas a Zé já não costumavam ouvir o som da sua voz. Ele não era um homem de muitas palavras.

Sobre sua infância, ele dizia que ajudava na Igreja, mas volta e meia aprontava com os outros meninos e recebia sermão do padre.  Mesmo sendo idoso, Zé era um homem boa-pinta. Seus olhos azuis chamavam atenção e seus traços firmes caracterizavam a austeridade de seu caráter. Pai de três filhos e avô de três netos, seu pedido era uma ordem e sua presença exigia respeito. A família se reunia diante da televisão para assistir ao telejornal, que, era obviamente, escolha do chefe da casa. No entanto, essas barreiras invisíveis eram quebradas quando lhe serviam uma taça de vinho ou até mesmo um pedaço de chocolate.O rosto de Zé era preenchido por um sorriso, como raios de sol invadindo um quarto escuro. O pai durão sempre gostou de umas cervejinhas,de um vinhozinho e de todas as comidinhas que fazem um mal danado para a saúde. Seu filho Zequinha, parecido com ele nesse sentido, alegrava o pai com petiscos e uma garrafa de vinho em suas visitas nos fins de semana. Os dois passavam a manhã de sábado assistindo a TV e fazendo companhia um ao outro. Não havia muito a ser dito, mas o fato de estarem juntos era o bastante para confortá-los.


Lourdes, a mais nova, sofreu junto com o pai nos últimos meses, pois em janeiro, ele havia piorado e passou a não conseguir mais andar até o banheiro como antes fazia.Mas ela garantiu que Zé recebesse todo o cuidado possível. Dia após dia, a rotina em cuidar do pai idoso não era nada fácil. Como uma máquina, o piloto-automático agiu como uma força para tirar o pai da depressão e fez com que ela construísse uma armadura que protegesse os dois. O cotidiano funcionava como um mar revolto e a depressão do pai como as tempestades num oceano. Era preciso domar as ondas, voltar com a calmaria e continuar seguindo a viagem. Apesar no temperamento difícildo pai, a filha seguia em frente, sempre chamando Zé para a vida.

Uma coisa que caracteriza a personalidade de José Queiroga é, sem dúvida, o típico cochilo depois do almoço. Desde que seus filhos eram crianças, ele gostava e dormir e sua esposa tinha que mandar as crianças fazerem silêncio para que não o acordassem. Embora passasse as tardes dormindo, de noite não tinha dificuldade alguma para pegar no sono. Quando sua esposa adquiriu a doença esclerose lateral amiotrófica – a mesma de Stephen Hawking –, ele precisava das tardes livres para descansar. Até porque, conforme Lea perdia os movimentos, ela ficava cada vez mais dependente dos seus cuidados. Foram cinco anos cuidando da esposa mais três anos de luto e, então, Zé sofreu o AVC, que o deixou sem movimentos do lado direito e sem o poder da escrita, da leitura e da fala.



José Queiroga enfrentou seu último suspiro com uma espera angustiante. Havia enfrentado um acidente vascular cerebral com seus 70 anos e, na manhã do dia 06 de outubro de 2012, passou muito mal. Lourdes, sua filha caçula, com a qual morava, pediu uma ambulância do plano de saúde. E nada. A demora fez com que ela chamasse o serviço público de saúde para atendê-lo. Apesar de terem chegado primeiro, foi tarde demais. O homem de poucas palavras havia partido. No momento em que os enfermeiros do 192 estavam saindo, os do plano de saúde chegaram. Ainda que eles tivessem chegado a tempo e o resultado fosse o mesmo, pagar por um serviço de saúde e não receber o que foi garantido é não só aflitivo como torturante.

A presença de Zé era como o som do silêncio, e embora a casa esteja agora mais quieta do que nunca, a saudade deixada por ele parece ecoar pelos cômodos e corredores. A impressão que fica é que ele está dormindo. Sua partida é apenas um dos seus cochilos após o almoço. É a calmaria após a tempestade, é a paz após a guerra. 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

10 clichês que valem a pena ser seguidos!

Vou começar escrevendo 10 clichês que as pessoas costumam dizer e que são, na verdade, bons exercícios para o dia-a-dia.

10. Você é o que você come.

9. Corra até não sentir mais seus pés tocarem o chão. [Corra atrás dos seus objetivos].

8. Conte até 10 quando sentir raiva.

7. Olhe para o espelho e diga: eu posso, eu quero, eu consigo!

6. Seja quem você é, e não quem você gostaria de ser, nem o que os outros querem que você seja.
5. Não tente se livrar dos problemas, resolva-os.

4. Viva cada dia como se fosse o último.

3. Cante no chuveiro.

2. Não se preocupe com o que os outros pensam de você.

1. Coloque os pés no chão, não fuja da realidade em que você vive. Mas ao mesmo tempo, não deixe de sonhar.

Gostaria de agradecer ao Leo, que indicou meu blog no dele, BardoLeo! Aproveite sua viagem e escreva bastante! Continue assim, que seus posts estão ótimos! :D


  • Para terminar, vou colocar aqui um textinho que escrevi outro dia.


Lembranças são a saudade dos bons momentos, ou então são déjà vu dos sentimentos.
Lembranças podem retratar situações tristes também. Os sentimentos nascem de dentro da gente. Eles brotam sem nem pedir licença. Mas é importante não se fechar. Quanto mais nos abrimos ao outro, mais deixamos fatores externos nos influenciarem. O importante é não se isolar. Não seja uma embalagem a vácuo ambulante! As pessoas que se fecham são as mais sem conteúdo. Por não permitirem receber influências externas em suas vidas, tais pessoas não transformam seus sentimentos, ideias, pensamentos, não compartilham histórias, experiências, piadas, ou momentos. E, assim, não importa por quantos anos essas pessoas vivam. O que vale é a intensidade com a qual viveram. A vida, no fim das contas, são as lembranças... Quem se fecha, pouco viverá na memória dos outros que estiveram ao seu redor. 

Quais são as suas lembranças? E, mais importante... Quais são as lembranças que os outros têm de você?


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Um presente para alguém




Hoje, por exemplo, fui a uma livraria passar o tempo. Havia uma aula vaga na faculdade e boa parte do tempo livre foi preenchida através da escolha de presentes, tanto um presente para mim com o dinheiro que meu avô tinha me dado no meu aniversário, quanto presentes para a minha mãe, que há poucos dias perdeu o pai (esse mesmo avô meu).

Acontece que antes, eu escolhia um presente pensando em mim também. “Se eu ganhasse isso, eu gostaria?” Hoje não faço mais isso. Penso tanto na pessoa – e quanto mais conheço o presenteado, mais isso dá certo (e mais: minha mãe é quase parte de mim...Conheço-a mais do que qualquer um) – que promovo uma análise dos principais momentos que vivemos juntos. Momentos bons, ruins, antigos e novos. Momentos que ainda nem aconteceram, mas que gosto de fazer previsões e brincar com o futuro incerto. Enfim. As nossas vidas se misturam de tal forma, que escolhemos uma série de TV para assistirmos juntas que retratade forma engraçada, triste, absurdamente diferente ou assustadoramente igual as nossas próprias vidas. (Gilmore Girls).


Foi aí que parei para pensar. Olhei alguns livros, principalmente os de história. Mas, voltemos às lembranças aos momentos bons e ruins que vivemos juntas. Mamãe é do grupo que não se adaptou às modernas formas de ouvir música. Um youtube até vai de vez em quando. Mas, essa moda de baixar de graça, ou comprar no iTunes, não pegou na rotina dela. Por muito tempo, eu tentei ensiná-la. Dizia: “mãe, agora é assim que se faz.” E nada. Ultimamente, nas nossas conversas, ela perguntava mais para si mesma do que para mim: “ninguém mais compra CD, né?”.

Foi aí. Estava na livraria, pensando nessas conversas, que percebi. Um CD. Eu simplesmente teria que dar a ela um CD de presente. Lá fui eu escolher entre tantos CDs. E, olha, vou te dizer, a experiência foi muito prazerosa. Havia muito tempo não fazia isso. Ter aquela ansiedade. Fiquei pensando no meu celular que deixei na mochila, lá na faculdade. “Se ele estivesse aqui, procuraria essas músicas pra ver se são boas”. A impressão que eu tinha é que estava mesmo em outro tempo. O glamour da dúvida de olhar para um CD e imaginar como são as músicas ali gravadas voltou pra mim!

Olhei, olhei, olhei, até que de repente um deles me chamou atenção. Estava bem ali, na sessão de jazz. O nome? Sundays in New York. O nome da cantora é Traincha. Não conhecia. A ansiedade bateu, mas sentia que deveria levá-lo. Novamente, as lembranças invadiram minha mente. Há algo sobre Nova York que liga a gente. Não é só pelo fato de gostarmos do programa Manhattan Connection, é também pela parte de uma música, que diz:

“I always wanted a real home 
With flowers on the windowsill 
But if you wanna live in New York City 
Honey you know I will”
 (Where you lead – Carole King e Louise Goffin)

http://www.americanas.com.br/produto/7494196/cd-traincha-sundays-in-new-york


Quanto aos outros presentes foi mais tranquilo. Um livro de história do Eric Hobsbawm e um livro de pensamentos, chamado “Minutos de Sabedoria”.

Quando lhe entreguei os presentes, ela ficou radiante e emocionada, principalmente porque o livrinho “Minutos de Sabedoria” ela tinha ganhado, em 1983, do meu avô. “Eu nem me lembrava desse livro. Foi papai que me deu”, ela disse. Com um dizer e tudo, lá estava uma mensagem de pai pra filha no livrinho antigo. O novo a fez lembrar o antigo.



De tarde, fiquei pensando sobre o que aconteceu. Percebi que não é como dizem: “A vida imita a arte”. Não se trata de uma imitação. A beleza da arte está na sua atemporalidade. Um exemplo está na seguinte música de The Smiths, chamada Asleep:

Sing me to sleep
Sing me to sleep
I'm tired and I
I want to go to bed
Sing me to sleep
Sing me to sleep
And then leave me alone
Don't try to wake me in the morning
'Cause I will be gone
Don't feel bad for me
I want you to know
Deep in the cell of my heart
I will feel so glad to go
Sing me to sleep
Sing me to sleep
I don't want to wake up
On my own anymore
Sing to me
Singto me
[..]
Don't feel bad for me
I want you to know
Deep in the cell of my heart
I really want to go
There is another world
There is a better world
Well, there must be
Well, there must be
Bye bye.

Conforme escrevi numa mensagem para familiares e amigos, o meu avô nunca foi um homem de muitas palavras, mas essa música é como uma peça que faltava, como uma mensagem não dita, como um entendimento que pairava no ar. Quem bem o conhecia pôde ouvir essa música através dos seus últimos suspiros. Agora, sabemos que ele está em paz.



O que eu quero dizer é que o artista consegue criar um reflexo de quem nós somos. Mesmo aquelas pessoas que não descobriram ainda quem são – já existe alguma forma artística que as caracteriza.

Portanto, não é a vida que imita a arte, tampouco a arte que imita a vida. Elas coexistem de tal forma que uma é o reflexo da outra. E, quando você menos espera, se depara com uma série de TV, ou uma música, ou um filme, com o qual se identifica.

Comprar um presente para alguém que você ama é mais do que passar o cartão na maquininha. É fazer uma análise da trajetória de vocês e ser grato por tudo aquilo que viveram. A arte sabe disso. Ela já sabia há muito tempo. Você é que precisa encontrar nela aquilo que tanto procura. 


quinta-feira, 27 de setembro de 2012

"Quanta gente! Quanta alegria! A minha felicidade é um crediário das Casas Bahia!"

Entenda o porquê da preocupação do governo em querer crescimento econômico


IPI reduzido, diminuição da taxa de juros e aumento do crédito - Nós explicamos!

Por Louise Queiroga

Nos últimos meses, o governo tem adotado políticas que estimulam a economia brasileira. Você já deve ter visto algum comercial de carro avisando sobre a redução do IPI e para "não perder essa oportunidade!". Trata-se de uma das políticas fiscais visando o crescimento econômico. E como isso é feito? Ora, o IPI é um imposto que as empresas pagam ao governo, mas, para não perderem esse dinheiro, cobram dos consumidores o valor equivalente. Assim, o preço do produto torna-se maior do que seria considerando apenas os custos de produção. Essa prática do governo de renúncia fiscal promove um aumento do consumo, visto que, devido ao IPI reduzido, os preços não somente de carros, mas também de alguns eletrodomésticos, estão mais baixos. Como o valor que o governo deixa de receber é alto, essa prática não pode se estender por muito tempo e, por isso, será válida até o final de outubro.



Além da redução de impostos, as políticas fiscais também estão relacionadas aos gastos do governo, sendo que a diferença entre o quanto o governo arrecadou e o quanto ele gastou informa se ocorreu um superávit ou déficit. O Brasil está passando por período de cortes dos gastos públicos e, como consequência dos gastos do governo Lula, a quantidade arrecadada era bem menor do que os gastos. Isso indica que a Dilma está tentando reverter essa situação ao tomar medidas que ajudem a reduzir o déficit. No entanto, quanto ela esperava um superávit de 3% do PIB,  a previsão é que seja de 2,5%. De qualquer forma, através do corte de gastos públicos, ela conseguiu melhorar a situação.

O ponto-chave para entender o porquê dessas políticas é observar o quanto as pessoas estão consumindo e empresas investindo. O mundo capitalista no qual vivemos indica que consumo é, praticamente, sinônimo de felicidade. Segundo essa analogia, quanto mais as pessoas consomem, mais "feliz" será a economia do lugar onde elas vivem. Repare que não afirmei "quantidade de dinheiro", pois sabemos que uma vasta quantidade de moeda pode inflacionar os preços, trazer o caos e deixar a vida de todos muito "infeliz". Você provavelmente está se perguntando: "como evitar que isso ocorra?" Chegou a hora de falarmos em políticas monetárias.




O Brasil, por meio de tais políticas, também visa aumentar o consumo, para elevar o PIB e, finalmente, trazer crescimento econômico. A grande preocupação dos economistas é que o crescimento do PIB está próximo de zero (analisando os dois últimos trimestres). O medo é que venha a recessão e, com ela, o desemprego. Se observarmos a taxa de desemprego, veremos que ela está parando de cair e tem se mostrado estável, ou seja, por mais que ainda não estejamos vivenciando uma crise, o quadro econômico é, em parte, preocupante. Outro fator desfavorável é a queda de investimento das empresas para 20% do PIB - valor considerado muito baixo.

Agora, voltando a falar das políticas monetárias, trazemos uma boa notícia para você, leitor! Pegar dinheiro emprestado está mais fácil do que jamais esteve na história deste país. Assim, com ampla concessão de crédito, o nível de endividamento dos consumidores tem batido recordes! Seguindo essa onda da economia, as pessoas fazem exatamente aquilo que os economistas do governo querem que elas façam: consomem mais produtos,  Uma das razões dessa tendência é a alteração pela qual passou a poupança - teve seus juros reduzidos. Se as pessoas não veem altos rendimentos em seu dinheiro guardado nos bancos, vão, provavelmente, pegar a onda econômica e gastar mais - olha a política monetária aí! Além dessa medida, podemos apontar também a redução da taxa básica de juros - chamada de SELIC - que é a taxa referente ao empréstimo que o Banco Central faz para os bancos privados. Atualmente, a SELIC é de 7,5% e nunca foi tão baixa.



Analisando tudo o que foi apresentado, a projeção para os próximos meses é de baixo crescimento, mas se forem mantidas algumas medidas, como a queda da inflação e da taxa de juros, pode ser que o PIB venha a crescer no próximo ano.

- O título desse post é um trecho da música "Chopis Centis" dos Mamonas Assassinas - 

sábado, 15 de setembro de 2012

Pensamento do dia


Hoje, encontrei em mim a felicidade do verão.

Não um verão qualquer, mas aquele da infância.

Por uma fração de segundo, eu senti como se fosse aquela criança que passa o dia inteiro na praia.

E, em casa, depois do banho, vem aquele cansaço.

[Que sensação!]

Pude sentir, agora, a pele queimada de sol, o cabelo ressecado e o calor da noite de verão sendo amenizado por uma rápida chuva.

O tempo, de fato, é muito relativo.

Em menos de 1 segundo, num inverno, senti todo um dia de verão dos anos 90.

Pode não ter durado muito, mas tranquilizou minha noite, afastou meus problemas e trouxe a simplicidade necessária para eu seguir minha vida em paz e confiante.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Seja a mudança que a sociedade precisa = pense e vote

Escolher os representantes é um direito. 
Mas será que falando assim não fica simples demais? Afinal, como essa escolha é feita?



O voto é a aplicação de um direito, mas é no conhecimento da escolha que a cidadania se faz presente. Sem conhecimento, sem opinião, sem visão crítica do que nos rodeia,  as pessoas são peças do jogo de poderes que tenta nos manipular.

A partir do momento em que as pessoas refletem, observam, se informam, leem os jornais e assistem à TV cautelosamente, entrando num verdadeiro debate mental sobre o que está acontecendo, aí sim o voto é não só consciente, mas também consistente.

Não apenas leia, se informe. Não apenas se informe, reflita. Não apenas reflita, opine. Não apenas opine, faça, pois se cada um fizer a sua parte, quem sabe não teremos o governo que a gente merece?



Nesta eleição, procure que seu voto seja mais do que simples obrigação, faça com que seja exercício de cidadania. Não vote por votar. Lembre-se de que o governo que nós temos é aquele que o povo elegeu. E se o governo não está suprindo as expectativas da população é porque as escolhas precisam ser recriadas.

Vamos virar esse jogo e mostrar pra eles quem é que manda aqui. Venceremos assim que começarmos a lutar, pois sem tentar, de nada vale nossas escolhas. E é nessa luta que a virtude de escolha se faz presente.

Faça o que você espera para a sua cidade ao invés de esperar que os outros façam por você. Como disse Steve Beckman, "Você faz suas escolhas e suas escolhas fazem você".


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Nossa Geração


Incertezas, amores, festas, trabalhos, plenitude. A juventude é a fase das descobertas, de se deixar levar, de andar sem rumo na rua, de olhar para os lados e observar. Mas, não é aquele olhar de quem já viveu muitos anos, é um olhar esperançoso, ansioso e ao mesmo tempo, tranquilo com o que nos aguarda. Somos conectados, interligados, antenados. Nós compartilhamos não somente fotos, vídeos e textos, mas sim experiências. Nossa visão de mundo está à frente do nosso tempo.

Pertencemos a uma geração mais livre e mais visionária. O presente vale ouro pra gente. Não há motivo para esperarmos certa qualidade de vida num tempo adiante. O momento que importa é o agora, então vamos aproveitar, pois o dia é hoje mais rápido do que há 20 anos. Nós estudamos e trabalhamos sem esperar retorno na maturidade da vida. Queremos resultados imediatos, esperamos mudanças e apreciamos novas oportunidades. Além de tudo isso, ainda precisamos conciliar faculdade com saída com os amigos, namorado, academia etc.


Vida que passa, relógio que corre, preocupações infantis que aos poucos desaparecem. Um dia olharemos para trás e teremos certeza de que vivemos tudo o que podíamos. Todas as conversas, micos, histórias contadas e ouvidas valeram a pena.

E se você parar para pensar verá que a vida é justamente isso, histórias.  Não apenas conte, aprenda a ouvir. A vida é um emaranhado de conhecimentos individuais que juntos, formam os clichês, os ditados, as piadas e até mesmo os memes. Seja uma interpretação para alguém. Por um dia, faça alguém que esteja triste rir de algo hilário que te aconteceu. A moral da história pode estar em você.
Somos uma geração de artistas, pois experimentamos a arte da exposição tecnológica. Interprete o outro. Interprete a si mesmo. Viva, pense, conte histórias.



terça-feira, 7 de agosto de 2012

Sonhar e Viver

Descobri que para escrever uma boa história você precisa escrever sobre o que você sabe. Não necessariamente o que vivenciou, mas quem você conheceu e como as pessoas influenciam sua vida. É o que você sente que faz nascer uma bela história. 

Antes, eu pensava que o sentimento que mais ajudasse na criatividade fosse o amor, mas não tenho mais tanta certeza. Agora, penso que o sentimento mais influente seja o medo.


O medo é o que nos freia e nos prende em vida, mas quando estamos pensando, é o que liberta nossa imaginação e nos dá asas. Nos sonhos, podemos fazer qualquer coisa e ser quem escolhermos. 

Não devemos nos perder nos sonhos e nos deixar guiar por fantasias, assim como jamais devemos viver sem idealizar. O medo equilibra as liberdades de sonhar e de viver. E, é por isso, que nunca somos, nem nos sentimos, plenamente livres. 


Está tudo em nossas mentes. Basta aceitarmos o imutável, revolucionar o que está ao nosso alcance e deixar de se preocupar com o que não tem importância. 

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O poder sobre quem você é está em suas mãos...


Ao assistir aos filmes de heróis dos quadrinhos, parei para pensar. Qual é a grande diferença entre eles e as pessoas comuns? Poderia ser a força, as capacidades extraordinárias, ou as roupas fora de moda. Mas, não. Eu diria que é algo muito mais íntimo, algo que os caracteriza mais do que qualquer outra coisa. E isso, meus caros, eu chamo de personalidade. Há certas características, próprias de um verdadeiro herói, que as pessoas em geral não colocam em prática. Os heróis têm uma diretriz, um objetivo. Eles são destemidos, atentos e preocupados. 

HONRA 
JUSTIÇA
CORAGEM
HUMOR







RESPONSABILIDADE

Apesar do Homem de Ferro e Batman não terem sofrido transformação física - mesmo que o Tony Stark tenha aquele dispositivo no peito, o Homem Aranha é, para mim, o herói que mais está próximo de uma pessoa comum, ou melhor, de um adolescente. Peter Parker deixou o lado bom falar mais alto. Verdade que sua história é um drama, e que ele sofreu bastante, mas se você parar para pensar, não é assim com todos nós? Quem nunca fez algo do qual tenha se arrependido, como magoar alguém próximo e querido, ou não sinta saudade de alguém que partiu deste mundo? 

Talvez, se as pessoas comuns seguissem o lado bom que há nelas, o mundo não seria tão hostil. Guerras e conflitos seriam evitados, raivas seriam controladas e traições não existiriam.

O que o mundo precisa não é de 1 herói, mas sim de 7 bilhões de pessoas dispostas a se tornarem os heróis da própria vida. O ser humano trava uma batalha diariamente consigo mesmo, porque ninguém é totalmente bom, caridoso, ou compreensivo. Temos falhas, e todos nós temos um vilão esperando ser despertado. Cabe a você definir quem você é e o que deve fazer. Por mais que seja difícil e ainda não saiba, o poder está em suas mãos, basta saber usá-lo para descobrir. Eu ainda estou a procura do herói que existe em mim. 

E você?


Breve História do Rock - 00's

O novo século, iniciado em 2001, não trouxe sorte para o rock, pois este gênero perdeu cada vez mais espaço para a música pop. 

O indie rock se perdeu um pouco e, as novas bandas que o assumiam, ou tentavam dar conta do estilo, acabaram por deixá-lo descompassado. Ao menos é o que explica a wikipedia. Portanto, os conjuntos dos anos 2000 inovaram o indie rock, trazendo novos estilos, ainda não bem definidos. Por outro lado, houve a criação de novo estilo, em 2003, pela banda HIM, chamado Love Metal, o qual foi inspirado na literatura romântica do século XIX. 
Pior ainda foi para a música brasileira, já que houve a morte da cantora Cássia Eller e do integrante dos Titãs, Marcelo Frommer em 2001. Além disso, Herbert Vianna, dos Paralamas, sofreu um acidente de ultraleve, através do qual sua esposa faleceu e ele ficou paraplégico. 


Apesar do grande problema que o destino colocou na frente de Herbert Vianna, ele não desistiu, pelo contrário, enfrentou de cabeça erguida e com muita coragem. Continuou a tocar, a seguir seus instintos e a cumprir sua missão, pois segundas chances não são dadas para serem desperdiçadas. 


Dirigido por Pedro Bronz, o documentário "Herbert de Perto", conta a vida e a superação do líder dos Paralamas do Sucesso, que é uma das bandas mais influentes do país.


Se quiser conferir o trailer do filme, clique aqui.




"Show da volta dos Paralamas, no Projac, em 2002. Durante uma breve parada para ajustes técnicos, Herbert Vianna interage com a platéia e puxa "Quase Um Segundo", com um belo acompanhamento do teclado de João Fera."

Destaques nacionais da primeira década:





Detonautas Roque Clube - conhecida como simplesmente Detonautas, Pitty, CPM 22, entre outros. 


No heavy metal: ShamanHangarMindflowHibria, Torture SquadBurning in HellShadowside...


Ainda podemos indicar o surgimento de bandas como Nx Zero e Fresno, com suas letras - ironias à parte, repletas de razões e emoções. 

Destaques internacionais: 

Franz Ferdinand, Death From Avove 1979, Wolfmother, The Vines, The White Stripes, The Mars Volta, The Strokes, dentre outros.

Só para constar, alguns desses grupos foram formados nos anos 90, mas obtiveram relativo sucesso na década seguinte. 

Curiosidade:
"Seven Nation Army" do The White Stripes, grupo formado em 1997, ganhou o Grammy de melhor música de rock em 2004.


Melhor Canção de Rock - Grammy 2004
Seven Nation Army, Jack White, songwriter (The White Stripes)

Aproveitem!

Quer conferir as melhores músicas dos anos 00? É só clicar aqui.

Fim da 'Breve História do Rock'


Agora está nas mãos dos futuros artistas escreverem a história do rock!









Os tempos mudaram e as inovações são inevitáveis, mas só espero que a música não perca a belíssima alma que os ídolos do passado construíram para nossos ouvidos, e que possamos apreciar nas próximas letras e melodias, ao menos uma fração da emoção, envolvimento, paixão e empatia, que fizeram o legado do passado ser tão marcante e insubstituível.





Quer relembrar aluma década?