quinta-feira, 31 de julho de 2014

1º mês em casa - dizendo adeus ao intercâmbio

Saudade é o que eu sinto pelo melhor semestre da minha vida!
 Depois do meu primeiro mês em Lille, eu escrevi o que eu sentia, o que eu pensava sobre a cidade, e sobre o fim de semana da minha viagem a Paris, para conhecer as pessoas da Comunidade de Sant'Egidio.

Agora, é o contrário. Voltei no mês passado, no dia 30 de junho. Foi incrível ver a minha família e amigos de novo, mas eu mudei. Às vezes, eu estranho comportamentos, mas eu esperava que isso acontecesse.
 

Sabe, eu fiz uma disciplina muito interessante na IÉSEG, chamada "Comunicação Intercultural". De todos os temas - eu posso escrever sobre eles mais tarde -, o que eu quero destacar é o choque cultural.

Semana de orientação: como tudo começou

No texto que o professor nos deu, diz assim: "O termo do choque cultural foi cunhado para descrever um tipo específico de reação que pode ocorrer quando as pessoas viajam para o estrangeiro ou confrontam modos de vida substancialmente diferentes dos seus."

As fases de quando entramos em contato com outra cultura podem ser representadas pela curva-w:


   
Antes dessa aula, eu pensei que tudo seria perfeito depois de voltar. No entanto, acabou por ser um choque cultural reverso, como a teoria diz que deve acontecer.

Tudo muda: literalmente
No início, quando eu voltei, tudo foi perfeito, incrível, maravilhoso! Exatamente o que eu pensei de Lille, no meu primeiro mês lá. Com o tempo, eu senti bastante falta do modo de vida com o qual eu me acostumei. É meio estranho que, em junho, tudo o que eu queria era estar aqui novamente, mas agora que eu estou, eu sinto falta (mais do que eu poderia imaginar), da linda cidade fria no norte da França.

Acho que na próxima semana vou me sentir melhor. Vou ter aulas e mais coisas pra fazer. Voltar não significou que eu continuaria sendo a mesma, porque as coisas não são as mesmas. Eu realmente sinto falta do Lucas, e ficar sem ele é uma grande mudança na minha vida. Eu não estou solteira, mas também não tenho a sua companhia.


Sinto falta da estação de metrô perto do Concordia
 
De qualquer forma, estou feliz que eu aprendi que as culturas podem ser diferentes sem que uma seja melhor que a outra. Percebi que nem todas as coisas são perfeitas na França, Itália ou Espanha. O problema é que nós, brasileiros, reclamamos muito sobre o nosso país. Quando na verdade, temos muitas qualidades pra se orgulhar!

Assim, agora estou mais feliz do que nunca por onde moro, e mais ainda tendo a consciência da sua realidade e dos seus problemas.

Talvez eu esteja vivendo, ao mesmo tempo, a fase da euforia, com o choque da volta, ou podemos apenas dizer que, basicamente, estou tendo uma crise.


Sinto falta da chuva
Na verdade, isso não importa, porque eu sei que vou me recuperar pouco a pouco. No último mês, eu estive feliz em sair com a minha mãe, com minhas melhores amigas, meus primos e meus amigos da Comunidade.

Ah, e eu não poderia esquecer: eu estou tocando vioão novamente. Até mesmo escrevi duas músicas desde que voltei! \o/
 

Mas, ainda não fui à praia. Na verdade, estou sentindo frio, mesmo depois de todo esse tempo em Lille, um lugar muito mais frio do que aqui! Acontece que 21ºC não é tão quente como eu pensava que fosse.

Sinto falta da Grand Place em Lille
A melhor parte de toda a experiência do intercâmbio é que eu tenho lembranças maravilhosas e fiz amizades incríveis, com as quais posso manter contato. Foi um sonho que se tornou realidade. Tenho orgulho de dizer que eu tive o melhor momento da minha vida. Este semestre foi o melhor de sempre, e valeu a pena!

A vida continua ... Estou à procura de um estágio, estou mudando meus hábitos alimentares e eu sei que, em um curto período de tempo, as coisas vão estar em seu devido lugar. Eu vou ficar bem!


Sinto falta de cada um de vocês!

1st month at home - saying goodbye to the exchange experience

Saudade is what I feel for the greatest semester of my life!

After my first month in Lille, I wrote how I felt, what I thought about the city, and about the weekend of my trip to Paris, to know the people of the Community of Sant'Egidio.

Now, it's the opposite. I came back last month, on June 30th. It was awesome to see my family and friends again, but I changed. Sometimes, I strange behaviors, but I expected this to happen.

You see, I studied a very interesting subject at IÉSEG, called "Intercultural Communication". From all the topics - I can write about them later -, the one that I want to point out is the culture shock.

Orientation week: how everything started
In the paper that the professor gave to us, it says: "The term culture shock was coined to describe a specific type of reaction that can occur when people travel abroad or confront ways of life substantially different from their own."

The stages of acculturation can be represented by the w-curve:



Before this class, I thought that everything would be perfect after coming back. However, it turned out to be a reverse culture shock, as the theory says it's suppose to happen.

Literally
At first, when I came back, everything was perfect, incredible, awesome! Exactly what I thought of Lille, in my first month. With time, I missed a lot the way of life that I got used to. It's sort of strange that in June all I wanted was to be here again, but now that I am, I miss (more than I could possibly imagine), that beautiful and cold city in the north of France.

I guess next week I'll feel better. I'll have classes and more things to do. Coming back didn't mean that I continued being the same, because things aren't the same. I really miss Lucas, and being without him is a big change in my life. I'm not single, but I also don't have his company.

I miss the metro station near Concordia
Anyway, I'm glad that I learned that cultures can be different without one being better than the other. I realised that not all things are perfect in France, Italy, or Spain. The thing is, we (Brazilians) complain a lot about our country. Actually, we have plenty of qualities to be proud of! 

So now I'm happier than ever for where I live, and even more for being conscious about the reality and the problems.

Maybe I'm living at the same time the honeymoon phase, combined with the reentry shock, or we could just say that basically I'm having a crisis.

I miss the rain
In fact, it doesn't matter, because I know I'll recover myself little by little. In the past month, I've been happy to go out with my mom, my best friends, my cousins and my friends from the Community.

Oh, and I couldn't forget: I'm playing guitar again. I've even written a couple of songs since I came back! \o/

I still haven't gone to the beach, though. I'm actually feeling cold, even after all that time in Lille, a place much colder than here! It turns out that 21ºC isn't as hot as I thought it was.

I miss the Grand Place in Lille
The best thing about all the exchange experience is that I have wonderful memories and I made incredible friends who I can keep in touch with. It was a dream that came true. I'm proud to say that I've had the time of my life. This semester was the best ever, and it was worth it!

Life goes on... I'm looking for an intership, I'm changing my eating habits, and I know that in a short period of time, things will be in their right place. I'll be ok!
 
I miss each and everyone of you!

sábado, 19 de julho de 2014

Porque a infância nos anos 90 foi a melhor

Hoje me senti brutalmente nostálgica da minha infância e dos anos que ficaram para trás, esquecidos nos disquetes e aparelhos VHS - os anos 90.

Por isso, resolvi reunir aqui uma série de maravilhas presentes nas vidas das crianças dos anos 90!

Vamos lá!

1. Essa mola colorida

Admita: você amava isso
















2. Sabrina, aprendiz de feiticeira

Um dos melhores programas da Nick




















3. Esses prendedores de cabelo

Como gostava disso, não bastava ter uma


















4. Tamagotchi

Só de ter pesquisado essa foto no google, me deu vontade de comprar um
















5. Fofolete

Como não amar??? Queria todas!!
 












6. Power Rangers

Eu sou a rosa!!!
 












7. Mamonas Assassinas

Miiina, seus cabeeelo é da hoora!!
















8. Doces na saída da escola

Época em que minha vó me buscava na escola













9. Cavaleiros do Zodíaco

Tem tanto tempo que via isso, que nem me lembro da história
 















10. A seleção brasileira de 94!

Primeira Copa da minha vida! Achei que seria sempre assim!
 

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Curiosidades sobre Florença

Em abril, durante as férias de primavera, eu e umas amigas da faculdade fomos conhecer a Itália. Florença foi a segunda parada, depois de Roma.

Tiramos dois dias para visitá-la. Foi o suficiente, mas recomendo ficar mais um dia, simplesmente para relaxar, pois é uma cidade muito bonita, agradável e segura.

No primeiro dia, fizemos o free walking tour às 11h com um guia falando em inglês, e outro tour com o mesmo guia às 14h. Foi fundamental, e recomendo muitíssimo a quem for fazer o mesmo.

O tour oferece conhecer mais sobre a história de Florença e da arquitetura, sem você ter que pagar nada. É um modo muito bom de andar e ver a cidade.

Na foto à direita superior, vemos que existe uma viga segurando uma extensão do prédio, que foi "puxado" para a sua direita sem, no entanto, vir desde o chão. Isso porque, antigamente, era cobrado imposto pelo quanto as casas ocupavam no território. Logo, os florentinos, para não pagar mais imposto, aumentavam suas propriedades, apenas na parte de cima. E nós aqui achando que só os brasileiros têm um jeitinho pra tudo, hein? Rsrs.


Uma outra parada muito interessante foi diante da Basílica di Santa Croce (Basílica de Santa Cruz). O guia logo perguntou: "Vocês notam alguma coisa de diferente nessa igreja?". O grupo olhou com atenção, e um rapaz respondeu: "A estrela de Davi". Ele estava certo, pois a estrela é um símbolo do judaísmo, então o guia nos explicou porque ela está ali.

A igreja foi desenhada pelo arquiteto Arnolfo di Cambio, em um estilo gótico, e começou a ser construída em 1294. As obras terminaram em 1385 e ela foi consagrada em 1443. Séculos mais tarde, em 1857, o arquiteto Niccolò Matas (1798-1872) ficou encarregado de fazer a fachada que vemos hoje, em um estilo neo-gótico, com um mármore carrara, nas cores branco, verde e rosa.

Túmulo de Galileo Galilei
Acontece que Niccolò Matas era judeu, e assim, acrescentou a estrela de Davi na fachada, por ser um símbolo da sua religião, mas que também tem ligações com o catolicismo. De acordo com o guia, o túmulo do arquiteto encontra-se na entrada da igreja, metade para dentro, metade para fora, devido à sua religião.

Na verdade, além de Niccolò, a igreja também abriga os túmulos de célebres inventores e artistas, como Galileo Galilei, Nicolau Maquiavel, Michelângelo, Dante Alighieri, etc.

 
Há uma importante parte da história de Florença que fica registrada em sua arquitetura: os Médici. A rica família burguesa contribuiu muito para o florescimento das artes renascentistas. Na cidade, deixaram marcas, como esta da foto à direita. Para não andarem no meio dos florentinos comuns, a família tinha passagens por cima da cidade. Para os que leram o livro "Inferno", do Dan Brown, com claras inspirações do outro conhecido "Inferno", de Dante, provavelmente vão se lembrar da Ponte Vecchio, onde ele participa de uma tensa fuga. Pois então, essa era uma das passagens usadas pelos Médici.

Ponte Vecchio ao fundo
Para resumir, Florença é uma parada obrigatória se você pretende visitar a Itália nas férias. Ela não decepciona em nenhum quesito. Encontramos bons restaurantes, lojinhas de souvenirs lindas demais, uma feira com doces, pães, tudo de bom que a culinária florentina tem a oferecer, igrejas lindas, museus com as artes que você vê nos livros de história desde que entrou para a escola, e muito mais!

OBS: Não deixe de visitar o Museo Gli Uffizi di Firenze, onde tem o "Nascimento de Vênus", de Sandro Botticelli, e a Galleria dell'Accademia, na qual se encontra o David, de Michelângelo.

O David é algo assim, impressionante!!! Juro que não esperava tanto, já que não sou muito chegada a esculuras, mas essa foi de cair o queixo, tamanha a admiração! Impossível não gostar! Cada detalhe é uma perfeição! 

terça-feira, 15 de julho de 2014

Como planejar uma viagem e se virar em caso de problemas



A viagem que eu e uma amiga fizemos, no final do intercâmbio, teve que ter um controle de gastos ainda mais rigoroso. Afinal, estávamos quase voltando pro Brasil. O sonho estava acabando e, junto com ele, o dinheiro. A situação exigia uma viagem a ser super aproveitada, porém sem gastar muito!

O mais importante antes de partir é fazer um bom planejamento para que, apesar das prováveis surpresas desagradáveis, você consiga administrar bem seu tempo/dinheiro com tranquilidade para resolver os problemas.

Dessa forma, nos reunimos mais ou menos uma semana antes de começarmos a jornada de sete dias pelo sul da França + um dia na Disney. Enquanto uma buscava passagens de trem, avião, ônibus, qualquer meio que oferecesse o melhor custo/benefício, a outra procurava as acomodações.

No caso, fiquei encarregada de ver onde iríamos dormir. Costumava usar bastante o booking.com, mas no caso do sul da França, estava tudo caro demais. Ou dormiríamos em albergues ruins que ninguém recomendava, ou teríamos que encurtar a viagem, já que não poderíamos arcar com os absurdos preços dos hotéis.

Les Calanques (Cassis)
Antes de mais nada, preciso dizer que o roteiro era o seguinte:

Dia 2 de junho: Lille (onde morávamos) -> Disney, Disney -> Marseille
Dia 3: em Marseille
Dia 4: em Cassis (próximo a Marseille)
Dia 5: Marseille -> Nice
Dia 6: em Nice
Dia 7: Monaco (próximo a Nice)
Dia 8: Nice -> Aix-en-Provence
Dia 9: Aix-en-Provence -> Lille

Era primavera, quase chegando o verão, e estávamos indo pro local de praia na alta temporada, logo, os preços estavam salgados. E mais, essas cidades já são caras, especialmente Nice. Os comentários no booking.com estavam me deixando desesperada. Era cada coisa horrorosa, de lugar sujo, funcionários ruins, lugares mal localizados, etc. O jeito foi mudar e aceitar que haveria de ter outra solução.

Foi assim que, por indicação, entrei no site airbnb, cuja proposta é a seguinte: você dorme nas casas ou studios de pessoas que disponibilizam esse espaço pra você, por um preço justo. E foi ótimo! Mas, sinceramente, indico o site pra viagens em grupo. Se estiver sozinho, acho que não vale o risco.

Ao usar esse site, fique ligado:
  • nos comentários positivos (se tiver de brasileiros é melhor ainda)
  • na localização (em Marseille, isso foi fundamental, já que a cidade é dita como perigosa)
  • no que a acomodação oferece (wifi, ar-condicionado/aquecedor, cozinha, etc)
  • nas fotos do lugar, se são suficientes pra ter uma ideia
  • se o anfitrião recebe outros hóspedes ao mesmo tempo
  • no telefone e e-mail do anfitrião (vai ser importante se comunicar com ele (a)!)
  • no endereço (mesmo que você tenha 3G, tire print do google maps mostrando o caminho da estação de trem/aeroporto/o que for, até o lugar em que você ficará)

Seguindo essas recomendações, dificilmente você terá problemas. A única dificuldade que tivemos foi em Aix-en-Provence, porque o cara que deveria entregar a chave do studio queria que o encontrássemos na parte da tarde, só que ainda estaríamos em Nice. Conversamos por SMS e marcamos um outro horário. Mais um ponto a favor em ficar ligado nas mensagens recebidas, sejam por e-mail ou no celular.

Atelier de Cézanne em Aix-en-Provence

Mas, nem tudo sai como o planejado. Logo no início da viagem, aconteceu uma coisa bem chata que deixou todo mundo com medo. No dia 2 de junho, quando saímos da Disney e estávamos chegando à estação de trem de Marne la Valée, todas as pessoas estavam saindo da estação correndo e gritando que havia uma bomba lá dentro!

No início, não acreditei, mas foi uma questão de minutos para expulsarem todos de lá e delimitarem o  acesso ao local. O pior: deixamos pra comprar na hora a passagem de trem, porque pela internet deu erro ao escolhermos a mais barata. Não compramos mais cedo porque só queríamos curtir as atrações do parque. xD

Enfim, bateu nervoso na hora. Minha mala estava dentro da estação. Imagina se a bomba realmente explodisse! D: Mas conforme o tempo foi passando, começamos a rir da situação toda.

Uma hora mais tarde 

Tendo bomba ou não, liberaram nossa entrada. Primeiro pegamos minha mala, depois fomos tentar comprar os bilhetes. Pela máquina já não era mais possível, porque foi como se o trem "já tivesse saído". Então, fomos procurar informação no guichê de vendas. A funcionária então nos entregou um aviso para mostrarmos no trem, o qual nos permitia comprar os bilhetes durante a viagem - sem levantarmos a suspeita de querer dar uma de esperto e viajar sem pagar.

Minutos mais tarde

No trem, enquanto tentava explicar pro controlador de tickets da SNCF o que era o aviso nas minhas mãos, e porque nós não tínhamos passagens, uma francesa - ou um anjo que apareceu pra nos salvar - que falava português perfeitamente, nos ajudou na comunicação.

Só sei que deu tudo certo, apesar da suposta bomba, do meu francês que emperrou num momento tenso, e da ausência de bilhetes pra pegar o último trem daquele dia. A dica é: mantenha a calma nos momentos tensos, procure ajuda sempre que tiver dúvida, e já vá pensando em planos B caso as eventualidades surjam.

Segue um vídeo pra descontrair!



segunda-feira, 14 de julho de 2014

Viajar é conhecer mais do que o lugar

A melhor parte de viajar é guardar e memorizar bem as sensações. Eu gosto de lembrar dos momentos e saber como estava me sentindo. Acho que isso é mais importante do que saber de cor os lugares que fui. Porque, se você tiver dúvida e quiser saber, é só olhar na internet e encontrará uma série de blogs contando dicas de lugares para conhecer. Claro que eles são muito úteis, mas e depois? O que você gostará de levar para sua vida?

Em Santorini, uma ilha grega, senti uma paz muito grande. Fiquei maravilhada com a beleza do lugar. Apesar de ter viajado sozinha, me lembro de que não me senti só. O lugar era fantástico. Gostava de sentir o vento no rosto. Lembro também que senti medo de cair nas pedras escorregadias na rua. Fiquei maravilhada com o pôr do sol e isso me trouxe mil e um pensamentos e reflexões. O cheiro da comida, o sabor, ver as lojinhas, os souvenirs, as pessoas turistando. Tudo era maravilhoso! Saber que a ilha sofreu uma terrível tragédia e teve que ser reconstruída foi mais um motivo de admiração pelo lugar, com suas casas brancas e detalhes em azul. Tudo em Santorini existe em perfeita harmonia com a natureza, e você se sente parte disso.



Verona, na Itália, foi um dos meus lugares favoritos. Lembro que fiquei com a música "Wheel", do John Mayer, na cabeça, e que estava muito feliz por estar na cidade de Romeu e Julieta, ainda mais tendo o Lucas como uma de minhas companhias da viagem.

Verona é linda! Você fica admirado com a arquitetura, a história da cidade, a forma como as ruas são organizadas, as praças, os bons restaurantes, etc. É impossível estar lá e não visualizar a história de amor de Shakespeare se desenrolando nas ruas bem a sua frente! Lembrei bastante também do filme "Cartas para Julieta" e tive a sensação de estar vivendo um longa. Normalmente, devo admitir que isso já acontece quando viajo. Sempre me sinto num filme! A menina que viaja à procura de algo que nem mesmo ela sabe.

Não é isso o que estamos sempre fazendo, a final de contas? É como acontece naquele filme do Woody Allen, "Vicky Cristina Barcelona". Enquanto uma sabia o que queria, ou pensava saber, a outra tinha certeza do que ela não queria para sua vida, mas ainda não havia decidido o que ela estava buscando. Acho que, na verdade, isso acontece com a gente vez ou outra. Em alguns aspectos da vida, não dá pra sabermos exatamente o que estamos buscando. Mesmo que a gente tenha consciência daquilo que nós não queremos.


Assim, viajar é conhecer mais do que o lugar, é também conhecer mais sobre você mesmo. Que lugares visitar? O que é bonito ou feio? Pra onde seria bom voltar? E por quê? Já me disseram que se você foi feliz em um lugar, não volte. Eu já penso que no momento em que você volta, já é outra pessoa, e assim, a experiência num mesmo lugar passa a ser outra.

Voltei pra minha casa há duas semanas, e ainda estranho estar em minha própria casa. A nova pessoa que voltou está se acomodando ao mesmo lugar que ela já conhece. Até porque, o próprio lugar sofre mudanças, assim como as pessoas com as quais convivia.

Pretendo voltar a alguns dos lugares que visitei, mas sei que não se trata de uma viagem no tempo. O que passou fica na memória e nas histórias pra contar. Estarei em busca de novas sensações e pensamentos. 

No final das contas, a melhor coisa em viagem é se deixar levar, se entregar à cidade, andar pelas ruas e ser conquistada pelo ambiente e a energia que ele traz. Aproveitando bem o tempo, a volta pra casa fica muito mais feliz e sem estresse.