quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Eu sei como você se sente?


Se colocar no lugar do outro é uma das tarefas mais difíceis que se têm. Quando você se identifica é uma coisa, mas e quando o outro passa por algo muito diferente de qualquer coisa que você já tenha vivenciado? Nesse caso, é bem mais complicado sentir o que chamam de empatia.

A Marta Medeiros escreveu sobre isso outro dia. Minha mãe, que sempre lê as colunas dela, veio logo me dizer que gostaria de ler um texto meu sobre esse assunto. Demorei um pouco para fazer esta vontade, mas aqui estou eu. Vamos lá.

Sempre achei que eu fosse bastante empática. Principalmente quando vejo filmes e sempre acabo me emocionando muito além da conta, justamente por me colocar no lugar dos personagens. Mas, na vida real, percebi que não sou tão empática com aquelas pessoas diferentes de mim. Tipo gente idosa que anda muito devagar na rua. Isso costumava de me irritar bastante, mas agora "estou praticando ser gentil em vez de ter razão", como diria Pat Peoples do Lado bom da Vida. E aí ficou claro que minha irritação não estava enxergando o lado dos idosos, de que seus músculos não são mais como antigamente e eles sentem suas pernas mais pesadas, então por esses e outros motivos, andam com dificuldade.

Esse foi apenas mais um dos motivos. Mas, e quando aquele motorista de ônibus segue em frente, ignorando você brutalmente, e coisas ruins a respeito dele começam a brotar em sua mente? Eu nem pensava, ao menos, se ele havia enfrentado alguma coisa triste, ou se simplesmente estava de mau humor porque seu time perdeu.

É difícil enxergar no outro emoções não pertencentes a você. Se pensar bem, verá que é melhor se identificar com situações brandas, e que são "aceitáveis". Conselhos que a gente costuma dar, mostrando a outra pessoa como nossos próprios problemas foram superados, por exemplo. Esse tipo de coisa faz com que a gente se sinta melhor, não só por ajudar o outro, mas também por pensar que somos vencedores.

Por mais que a empatia exista, uma coisa não há - sentir o que o outro sente. É possível imaginar o que outro está sentindo, mas a certeza não existe.

Gostaria de deixar claro que essas sensações são minhas e não estou dizendo que vocês pensam a mesma coisa. Seja como for, é um sentimento muito importante para o auto-conhecimento. Porque, a partir do momento que você se percebe no lugar de outra pessoa, acaba tirando conclusões a seu próprio respeito. Mais importante do que julgar os outros é reconhecer os próprios erros e saber em que precisa melhorar. Para isso, às vezes vale pensar sobre gente que nada tem a ver com você, mas que só por você sentir empatia, já consegue conhecer mais um pedacinho sobre si mesmo. Pedacinho este que até então andava escondido.


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