Para falar a verdade, esperava mais. Mas, no geral, o filme é muito bom. O elenco é brilhante, a direção também foi muito boa, os diálogos são inteligentes, o figurino, a imagem do décimo sexto presidente dos Estados Unidos, tudo ficou impecável. A única coisa que não me agradou muito foram certas cenas um pouco paradas demais. Faltou ritmo, digamos assim.
De qualquer forma, ele emociona, e recomendo que, se vocês tiverem oportunidade, não deixem de assisti-lo.
Agora, vamos ao porquê desse texto.
Quando estava voltando para casa, parei para pensar se aqui no Brasil a gente teria um grande político a se orgulhar. Não precisavam ser muitos não. Ao menos um. E vi que foi bem difícil de escolher.
Aqui, o povo não tem essa coisa toda de sentir orgulho do país em que vive. É como isso que está acontecendo, Renan Calheiros presidente do Senado, José Genuíno deputado... Como sentir orgulho de viver num país em que acontece esse tipo de coisa? Mas depois, pensei que muita gente boa também passou por aqui. O problema é que elas não tiveram chance de se sobressair tanto quanto os outros.
Nós, brasileiros, deveríamos mudar nossa mentalidade de que política e corrupção são duas best friends inseparáveis. Deveríamos parar de tratar nosso país como um lugar a ser abandonado. Já cansei de ver gente reclamando e dizendo: "Eu não fico mais nesse país. Vou dar o fora daqui". Veja bem, amigo, se você pensa assim, então não é muito diferente daqueles de quem você tanto reclama. As pessoas bem que podiam se preocupar mais umas com as outras. Não é questão de desenvolvimento, não é questão de dar ao povo o que ele quer, não é questão de fazer mega eventos esportivos. O orgulho da nação não deve ser baseado em copas do mundo. A indignação com os erros não devem aparecer quando ocorrem tragédias, como a que teve em Santa Maria, ou então quando um prédio caiu no Centro do Rio por falta de manutenção, obras mal feitas, ou seja lá o que tenha sido. Seis meses depois ninguém mais comentava o caso.
Sempre vi muita sujeira na história brasileira. (Ok, nos outros países ocorreram guerras, injustiças, barbaridades e milhões de outras coisas piores - mas nada disso vem ao caso agora porque estou falando sobre o meu país e o que eu espero dele).
Queria escolher um grande feito no país. Alguma coisa realmente impressionante. Só consegui escolher o próprio povo. Seja o povo de Canudos, sejam os operários que fizeram greves, sejam as mulheres que lutaram por seus direitos, seja o povo que lutou contra a Ditadura, não importa, de uma forma ou de outra, foi o povo que me impressionou.
Foi muito bom terem feito um abaixo-assinado para a retirada de Renan Calheiros do posto em que ele se encontra. Assinei, é claro, feliz da vida, na esperança de que isso dê certo e que justiça seja feita.
O que eu espero é que nós, brasileiros, possamos nos orgulhar da nossa política. Veja bem, não estou dizendo todos os políticos sejam ruins, mas a bagunça deixada por alguns acaba ofuscando os acertos de outros. Tenho certeza de que muita gente boa já passou/passa pelo poder, já tentou/tenta fazer a diferença e já lutou/luta pelo bem do povo. Espero que mais gente assim apareça e não se perca no meio do dinheiro fácil, da roubalheira e do mau-caratismo. Uma frase de Lincoln me lembrou muito o que meu tio meu costuma dizer, que para conhecer verdadeiramente uma pessoa, você deve dar poder a ela.
Um professor de sociologia me mostrou que há esperança, minha mãe me ensinou o que é o respeito, minhas amigas me ensinaram o que é companheirismo, meu namorado me mostrou a importância de aceitar as diferenças. Quanto a mim, tenho fé de que o orgulho de ser brasileira não está no samba ou no futebol, e sim no que pode ser feito a partir de hoje. Porque, como já dizia Chico Buarque, amanhã há de ser outro dia. Este foi um grande músico, e apenas um dos tantos brasileiros a se orgulhar.
Até a próxima! ;)
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