quarta-feira, 27 de junho de 2012

Entrevista com Marcelo Freixo na Cúpula dos Povos

Por Louise Queiroga


Enquanto Marcelo Freixo andava na Cúpula dos Povos na quinta-feira (21), pedimos que ele nos respondesse algumas perguntas. Ao ser questionado se era a favor ou contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, ele mostrou-se contra e afirmou ser uma obra desnecessária. Disse ainda que há manifestações muito claras de diversos ativistas com respostas concretas, e que o Brasil tem uma capacidade de produzir energia de várias outras maneiras. Citou as energias alternativas, como a solar e a eólica, que necessitariam de um investimento mais barato do que o da usina de Belo Monte, a qual, para ele, seria um atalho que não nos levará ao melhor caminho. “A gente precisa ter mais responsabilidade com o planeta e não essa visão imediatista”, afirmou Freixo.

Sobre a Rio+20, Freixo disse que o resultado da Conferência seria um fiasco, pois a partir do momento em que os chefes de Estado não quiseram olhar para os erros e acertos dos últimos 20 anos e quiseram só olhar daqui para frente, já se sabia que o documento final seria muito tímido e acovardado diante dos principais debates. A Cúpula dos Povos, diferentemente, reuniu uma quantidade imensa de movimentos, e de acordo com Freixo, mostra que existe toda uma luta viva, com mobilização enorme de diversos setores. Para ele, da Eco 92 para os dias atuais houve um retrocesso muito grande, já que ocorreu aumento do número de conflitos no campo e do número de famintos no mundo. Disse também que o documento da Eco 92 foi muito mais contundente do que o da Rio+20, o que mostra que a covardia também aumentou. Por fim, declarou que a Cúpula dos Povos nos dá uma grande esperança, mas que precisamos repensar o modelo de produção e de consumo que temos hoje.  “Sustentabilidade é uma sociedade que é baseada na dignidade humana e não no lucro. Uma sociedade sustentável é uma sociedade que sua economia, seu crescimento são calcados na garantia da dignidade humana para todas as pessoas e não no lucro pelo lucro. Essa é para mim, a definição mais fácil, pedagogicamente, de ser compreendida”, afirmou Freixo.

Confira o vídeo da entrevista:


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